É cada vez mais comuns encontrarmos no mercado nacional, alguns cabos UTP categoria 5e com condutor tipo CCA ( Copper Clad Aluminum ), que reune dois tipos de metal: o cobre e o alumínio, um revestindo o outro e formando uma solda permanente entre eles, conhecida como condutor bimetálico.
O cabo CCA (Copper Clad Aluminium) compõe-se de fios bimetálicos em que o cobre e o alumínio estão fundidos por processo metalúrgico. Esse processo combina as propriedades dos dois metais em um único produto, podendo ser utilizado na grande maioria dos condutores elétricos. Possui 15% do peso em cobre com densidade de 3,63 g/cm.
Este tipo de cabo é comum em aplicações de eletricidade e aplica-se a circuitos de aterramento (subestações, para-raios e outros), entrada de serviço (cabos multiplex), cabos automotivos, com baixa resistência de contato, fios telefônicos e cabos para bateria.
Entretanto, esta “novidade” chegou já algum tempo a área de redes de dados , e isto preocupa os gerentes de rede. E quando falamos de rede, o buraço é mais embaixo… enquanto uma rede elétrica trabalha na frequência de 50, 60 Hz, um cabo de rede tem frequências que vão de 16 Mhz até 1 Ghz, conforme tabela abaixo.
Segundo a Furukawa, maior fabricante de cabos nacional , o cliente usuário terá uma série de problemas de performance e até mesmo de não operacionalidade da rede ao adquirir um cabo LAN de baixo custo – importado ou produzido nacionalmente -, com características inferiores às especificadas nas normativas ANSI/TIA 568-C.2 e ANSI/ICEA S-90-661 para cabos de Categoria 5e ou pelas normas IEC 61156 e EM 50288, que seguem os mesmos princípios e definições quanto ao uso de condutores de cobre puro, conforme os requisitos da norma ASTM B49.
Em resumo, cabos que contém condutores do tipo CCA não atendem aos requisitos especificados nos padrões nacionais e internacionais e nenhuma garantia de que a instalação manterá o desempenho ao longo do tempo por fragilidades mecânicas e elétricas.
Homologação ANATEL
O fabricante ou importador tem que homologar os cabos de rede pela ANATEL. Um produto homologado tem obrigatoriamente um selo ANATEL na embalagem e um número gravado na capa do produto. Isto garante a performance do produto para as aplicações a que se destina. Cabos UTP com formação CCA ( alumínio+cobre ) não são homologados, por não garantirem a performance necessária para aplicações de dados.
Os cabos UTP com núcleo de alumínio:
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- Não passam na certificação de rede
- Não atendem à homologação da ANATEL
- Não atendem desempenho elétrico
- Não atendem aos critérios de segurança da flamabilidade
- Não atendem aos critérios de segurança de instalação elétrica
- Não atende à garantia de tempo de vida util
- Não possuem garantia para aplicação proposta
Oxidação
Alem destes problemas expostos acima, observamos que o alumínio inicia a oxidação ao primeiro contato com o ar, tendo maior gravidade nos pontos de terminação, como em conectores RJ45 e patch panels.
A oxidação nestes pontos fragiliza mecanicamente a conexão e prejudica o desempenho devido aos problemas de mau contato gerado pela perda de massa do alumínio, que preenche o núcleo do condutor.
Efeito Pilha
Os condutores de alumínio cobreado sofrerão corrosão gerada pela diferença de potencial eletronegativo entre o alumínio e o cobre. Como é importante um bom contato entre o cabo e o conector, em médio prazo, a conexão sofrerá descontinuidade e a transmissão de dados estará comprometida.
Métodos para identificar cabos CCA
Há diversos métodos para detectar produtos de cabeamento falsificados. Uma das maneiras que as empresas podem utilizar para testar a presença de cabos CCA é pesando a caixa do cabo. Porque o alumínio é mais leve do que o cobre, as caixas de cabos CCA tendem a ser visivelmente mais leves do que as caixas de cabos de cobre sólido.
No entanto, vendedores de cabo CCA estão cientes disso, e há relatos de instaladores que encontraram “lastro” nas caixas de cabos projetadas para fazê-los parecer tão pesados como cabos de cobre. Além disso, há algumas versões mais pesadas de CCA que podem se aproximar ao peso das caixas de cobre sólido.
Pesar a caixa não é uma prova definitiva. O método mais eficaz para identificar cabos CCA é cortar um pedaço do cabo para expor o condutor, e raspá-lo com uma faca para remover a camada superficial de cobre. Se houver uma cor prata debaixo desta camada, isto indica a presença de alumínio.
O método de raspagem é muito bom se uma empresa suspeita que um cabo novo é falsificado. Se o cabo já está instalado em um prédio e a empresa não está satisfeita com o desempenho, cortar o cabo não é tão fácil e provavelmente não será o método preferido da maioria das empresas.
O teste do cabo é uma outra maneira de identificar um cabo falsificado. Pode-se utilizar um certificador Fluke DTX ou Versiv para esta finalidade. Entretanto, somente um operador muito experiente poderá dizer se o cabeamento empregado contem alumínio, com base na analise da resistividade dos cabos. Na pratica, o que ocorrerá será uma grande quantidade de cabos reprovados na certificação.
Conclusão:
A utilização de cabos CCA ( acobreados ) deve ser evitada, pois causa os seguintes prejuízos:
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- Falhas constantes na rede
- Custo de manutenção ou reinstalação por um produto que atenda as normas
- Baixa disponibilidade da rede
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